Anteontem, combinamos de nos encontrar no nosso lugar de sempre. Não havia planos definidos, mas sentar no nosso banquinho já parecia suficiente. As coisas estavam difíceis para nós dois, e foi só na décima terceira vez que pedi que ele fosse embora que ele realmente se foi. Quer saber? Se fosse eu, já teria ido na primeira. Já teria me cansado. Quem não se cansaria? Ele até que resistiu bem, lutou enquanto ainda não estava tão machucado. Mas não consigo deixar de pensar: será que ele não poderia ter feito mais? Sei que sou uma pessoa complicada, mas ele prometeu que ficaria... e não ficou. Escreveu uma carta cheia de promessas e não cumpriu nenhuma. Se ele precisava de alguém mais suficiente, por que continuou me observando jogar pedras em vez de ceder à flor?
Foi na Rua Quinze que demos nosso primeiro beijo. Estava chuviscando, o que, tecnicamente, fez desse o meu primeiro e último beijo na chuva. Depois dele, não houve mais ninguém que pudesse roubar meu coração. O mesmo coração que acelera toda vez que passo pelo Jardim das Flores e me lembro do primeiro "eu te amo". Hoje poderia ser nosso aniversário de um ano e cinco meses, mas é apenas mais uma data sem qualquer significado para nós dois. Talvez tenha significado para alguém mais feliz. Alguém que não passou os últimos meses imaginando como seria se ele me visse agora. E, por isso, anteontem meu coração se encheu de esperanças — as mesmas que se partiram quando ele não apareceu. Fiquei ali parada, olhando ao redor, lutando para que nenhuma lágrima escapasse. Sempre fui forte, mas quando se tratava da gente, sempre fui uma completa idiota. Tão fraca, tão tola, tão pequena e frágil. Achei que você fosse o amor da minha vida. Ainda acho. Mas tenho muito tempo para mudar de ideia, então, por que lutar por você agora?
Hoje decidi seguir em frente. Deixá-lo para trás. Não vai ser fácil para mim, mas se foi para você, por que não tentar? Me pergunto como sua mãe está, se ela está bem, se alguma vez perguntou de mim. E seu cachorro? Ainda anda destruindo o sofá? Queria poder voltar no tempo, nem que fosse só para te abraçar mais uma vez. E, embora existam outros abraços, o seu sempre será o meu favorito. Desculpa, mas nada mudou. Os últimos textos que escrevi também não mudaram nada. Então, aqui estou, levantando uma carta branca. Pode seguir sua vida, que parece tão feliz, mas, às vezes, me soa tão triste e solitária. Só me responde uma coisa antes de eu ir embora de vez: quando foi que nos perdemos? Na verdade, quando foi que o seu amor se perdeu?
2 Comentários
Falou toda a minha vida nesse texto </3
ResponderExcluirPq fez promessas se não esperava cumpri-las
Pois é!
ResponderExcluirContinue lendo os próximos textos, quem sabe você não se identifica também (vamos superar juntas)!!!!!!!!!
Beijocas,
Aline