Acredito em coisas que hoje em dia viraram banais ou apenas peças de museu, embora muito se fale ainda sobre elas. Essas tais coisas estão presentes no nosso dia a dia normalmente como produtos comerciais e rotulados com preços altos demais, que ninguém anda disposto a pagar. Sabe como é, a crise desperta aquele senso de economia.
Boa parte das pessoas acham que sabem o que é o amor e criou-se
uma cultura de desapego que eu realmente não entendo. As relações andam
informatizadas e nada pessoais, esqueceu-se do toque e seu grau de interesse é
medido pelo tipo de “reaction” que o “crush” dá na sua foto.
Ok, estou parecendo uma velha reclamona, mas para você
quanto vale um abraço apertado, um beijo bem dado, sair de mãos dadas e
realmente aproveitar cada segundo da presença de alguém? Pra mim isso tem um valor enorme, mas não esse valor comercial
onde muitos acham que dar um presente caro é demonstração de amor profundo.
Para um pouco tudo o que está fazendo agora. Presentes são
legais, todo mundo ama receber e eu não sou exceção. Porém, você sabe outra
forma de dizer que ama alguém? O problema é que estamos em busca de “coisas”
das quais possam ser esfregadas na cara de outras pessoas, muita gente não anda
ligando pelo fato de que o que você vive com alguém, além de não precisar ser
exposto com freqüência, é o que de fato vai impactar para o sucesso de um
relacionamento.
Parece que de repente boa parte do mundo começou a desenvolver uma síndrome de isolamento do
próprio coração, pois ninguém quer se entregar sabendo que pode ser machucado.
Afinal de contas, quantas vezes você já sofreu por se entregar demais, amar
demais, se abrir demais? Até parece uma doença que apaga a alma e a vontade de
amar, ou seria medo de encontrar pessoas iguais a você?
Realmente as coisas andam loucas demais. Corações vazios
sendo preenchidos com muito álcool e outras drogas mais, além de colecionarem
passagens rápidas a bocas e corpos igualmente vazios. Não, não é errado extravasar e é altamente aconselhável, mas não
consigo compreender essa constante falta de vontade de se estabelecer em algo
durável.
O intuito desse texto é um breve desabafo e não imposição de
regras. Sua serventia vale mais para reflexão do que para críticas em si, pois
cada um tem direito de viver e agir como quer. Só cuidado com os corações que
se despedaçam no meio desse caminho, sendo os de outras pessoas ou até mesmo o
seu.
0 Comentários