Colecionando Ghosting

 

Colecionar ghosting é como acumular peças de um quebra-cabeça emocional, cada desaparecimento é uma nova adição a essa coleção dolorosa. É como se eu fosse um colecionador involuntário, reunindo experiências de abandono sem aviso prévio.

A cada encontro que prometia algo mais, a cada troca de mensagens que parecia ser o início de algo especial, eu me via novamente adicionando uma nova "peça" à minha coleção de ghosting. São fragmentos de relações que começaram com potencial, mas que terminaram em silêncio e incerteza.

Essa coleção não é uma escolha, é um reflexo da fragilidade das conexões modernas. Às vezes, penso nessas experiências como cartas não enviadas ou fotografias que nunca foram reveladas completamente. Cada ghosting é como uma peça ausente desse quebra-cabeça, deixando a imagem final incompleta.

O mais intrigante é que essa coleção não tem valor positivo. Não é algo que exiba com orgulho. Pelo contrário, é um conjunto de lembranças dolorosas, onde o que falta é tão significativo quanto o que está presente. Cada desaparecimento deixa um vazio, uma pergunta sem resposta.

Mas, mesmo nessa coleção de desilusões, busco aprender. Cada ghosting é uma lição sobre a imprevisibilidade do amor e a importância da comunicação. Talvez, um dia, eu possa transformar essa coleção em algo mais positivo, como um catalisador para relações mais conscientes e abertas.

Colecionar ghosting pode ser uma experiência desafiadora, mas talvez, no final das contas, essa coleção seja um testemunho da minha resiliência e da busca contínua por conexões genuínas em meio às incertezas do amor moderno.

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