Entre risadas e silêncios, houve um momento em que percebi que algo em você estava prestes a explodir. Eu deveria ter sentido antes, mas não entendi de imediato. Você, tão confiante, parecia hesitante, quase como se estivesse esperando que eu notasse. E, de repente, você me disse, com certa timidez, que queria fazer algo que nunca teve coragem. Eu sorri, mas sabia que a resposta não era o que você esperava.
Foi quando você me beijou. Sem pressa, como quem não tem certeza se pode ficar. O beijo em si foi bom, mas o que ficou foi o silêncio que veio depois, cheio de significados que não precisavam de palavras. Não era amor, não ainda, mas algo que eu não sabia nomear. Uma conexão silenciosa, onde a presença bastava.
Aos poucos, você foi entrando na minha vida de forma sutil. Mensagens tarde da noite, risadas sobre o cotidiano, confissões inesperadas. E então, quase sem perceber, você se tornou parte do meu dia a dia. Mas, com o tempo, o que era leve começou a pesar. Não por nós, mas pelas expectativas não ditas.
Começamos a nos afastar nos detalhes, naquilo que antes era natural e espontâneo. Se pudesse voltar, diria que senti falta não dos beijos ou das conversas longas, mas dos momentos simples, onde sua presença bastava. O que nos uniu foi o que ficou no ar, o que não foi dito.
Hoje, desejo que você encontre leveza, que seja feliz de uma forma que talvez eu não soube proporcionar. E que, ao pensar em mim, sinta apenas gratidão pelo que fomos, mesmo que por um breve instante.
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