A gente vive em um mundo que não sabe mais esperar. Tudo é tão rápido, descartável e, muitas vezes, impulsivo. Ficamos ansiosos por uma resposta no WhatsApp, em cima do lance para curtir uma foto que nem vimos direito no feed, ou saindo com alguém que mal conhecemos, só porque parece uma distração boa para aquela noite.
Mas quando foi que deixamos a responsabilidade afetiva de lado?
Responsabilidade afetiva é sobre entender que qualquer interação com o outro carrega uma dose de impacto. Pode ser grande, pode ser pequena, mas ela existe. E, às vezes, no meio dessa pressa toda, esquecemos que os sentimentos dos outros não são só uma consequência das nossas carências ou desejos imediatos.
É o famoso "seja sincero, mas com cuidado". Dizer o que sente, o que quer, e o que não quer mais. Parece simples, mas muitos de nós preferem deixar as coisas em aberto, sem uma conversa clara, para não lidar com o desconforto do momento. A gente some, esfria, se afasta. E o outro? Fica perdido, tentando entender onde foi que errou.
Responsabilidade afetiva é sobre não deixar alguém pendurado em uma expectativa que você sabe que não vai corresponder. É sobre ser honesto, sim, mas também gentil. Não se trata de nunca magoar alguém (isso é impossível), mas de não magoar de propósito, por descuido ou falta de empatia.
Quando falamos de relacionamentos — seja um encontro casual, uma amizade colorida ou algo mais sério — o mínimo que podemos oferecer é clareza. Porque do outro lado tem alguém que também sente, que também espera, que também vai levar essa experiência para o próximo relacionamento que tiver.
Então, a próxima vez que estiver envolvido com alguém, pare e pense: eu estou sendo claro? Eu estou tratando essa pessoa com o respeito e a consideração que eu gostaria de receber?
Responsabilidade afetiva é, no fundo, sobre empatia. É sobre se colocar no lugar do outro e agir de maneira consciente, sabendo que suas ações têm eco no coração de quem está do seu lado.
Afinal, não custa nada, né? Uma dose de cuidado nunca foi demais para ninguém.
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